INOVAÇÃO| 22.10.2025
Assim foi nossa participação no ITC Vegas 2025
Carlos Cendra, Scouting & Investment lead de inovação corporativa na MAPFRE, José Luis Bernal, Chief Digital, Data and Innovation Officer da MAPFRE USA, e Anurag Bairathi, Chief Claims Officer da MAPFRE USA, tomaram parte em vários painéis para analisar o impacto da IA generativa, dos dados e das parcerias de impacto social no setor segurador.
A MAPFRE foi, pelo segundo ano consecutivo, a única seguradora espanhola presente no ITC Vegas, o maior evento de insurtech e inovação no setor segurador global. Com uma participação de mais de 10.000 pessoas, os profissionais do Grupo integraram palestras e painéis onde puderam debater o impacto da inteligência artificial generativa (Gen AI), dos dados e da colaboração no crescimento da indústria, desde a otimização na gestão de sinistros até o desenvolvimento de projetos de inovação muito mais estratégicos e com um resultado tangível para o negócio.
A ênfase da MAPFRE neste espaço não é trivial. Há anos, a seguradora se estabeleceu como líder na transformação do setor, investindo em modelos de inovação transversais e abertos, bem como em impulsionar áreas como operações, tecnologia, dados e IA, ou a cibersegurança para seguir cuidando das pessoas.
Parcerias de impacto social para proteger aqueles que mais precisam
A penetração do seguro – o percentual que os prêmios de seguros representam no Produto Interno Bruto (PIB) de um país ou região – na América Latina tem sido um desafio para o setor há anos. Enquanto no Reino Unido ou nos Estados Unidos está em 12,5% e 11,8%, respectivamente, sendo os países no nível mais alto, na América Latina está em 3%.
Carlos Cendra, Scouting & Investment Lead de inovação corporativa na MAPFRE, foi protagonista de uma das palestras principais do ITC Latam – o espaço focado nessa região durante o evento – para analisar, precisamente, como o papel das alianças de impacto social pode ajudar a reduzir a lacuna de seguros.

De acordo com ele, “aspectos como o baixo crescimento e a desigualdade nos países, a baixa acessibilidade aos seguros, uma educação financeira e de seguros insuficiente ou as diferenças na regulamentação, entre outros, estão sendo limitantes para que o seguro penetre”.
Nesse contexto, as alianças de impacto social, como a que recentemente foi anunciada pela seguradora com a Blue Marble, são imprescindíveis para melhorar os números. Em particular, o especialista da MAPFRE explicou que o “desenho de produtos e serviços específicos para os grupos vulneráveis, como os seguros paramétricos, permite alcançar um maior número de pessoas. Além disso, a figura do agregador, como podem ser as cooperativas, faz com que se eleve a compreensão da oferta e seu valor. E não podemos esquecer que a indústria deve apostar por produtos comercialmente viáveis que garantam uma continuidade no futuro para construir uma estabilidade real”.
Em uma conversa entre Carlos Cendra, Jaime de Piniés, CEO da Blue Marble, e Hugues Bertin, CEO da Digital Insurance Latam e presidente da Aliança Insurtech Panamericana, foi debatido por que os seguros paramétricos são tão positivos nesse cenário e como, com a inovação social, é possível garantir um crescimento sustentável, inclusivo e responsável da indústria e, consequentemente, do ambiente socioeconômico que ela impacta.
“Os seguros paramétricos representam uma alternativa viável para ajudar populações desfavorecidas na América Latina devido à sua capacidade de oferecer soluções rápidas, eficientes e adaptadas às necessidades específicas dessas comunidades, especialmente em contextos de alta vulnerabilidade diante de riscos climáticos e desastres naturais”, comentou Carlos Cendra.
A MAPFRE tem anos de experiência fechando acordos especificamente desenhados para grupos vulneráveis e populações desfavorecidas. A multinacional possui ampla experiência em seguros tradicionais como microseguros e assistência, entre outros.
“Fazer parte do consórcio da Blue Marble é uma decisão muito consciente para complementar o alcance que já temos com soluções que até agora não estavam estabelecidas, mas sim testadas. Os seguros paramétricos são uma grande opção para nos ajudar a ampliar nosso portfólio de coberturas e serviços e alcançar um número maior de pessoas que os necessitam”, acrescentou o especialista.
Tecnologia e dados como alavanca estratégica
José Luis Bernal, Chief Digital, Data and Innovation Officer na MAPFRE USA, detalhou os desafios e lições que o auge da IA generativa trouxe. Especificamente, o executivo ressaltou que a IA generativa possibilita uma melhoria dos processos internos, bem como do atendimento ao cliente.

Entre as aprendizagens que mencionou, destaca-se que o sucesso destas competências só é possível se há pessoas envolvidas (human in the loop), os dados são organizados e de qualidade, e se a IA é utilizada com discernimento, “com o apoio dos desenvolvimentos próprios liderados pelo talento interno, mas também criando parcerias com aqueles que oferecem soluções adequadas ao problema identificado”, comentou.
Em relação ao talento, ele destacou que “hoje aprender algo novo não é muito complexo; temos recursos mais do que suficientes à nossa disposição para isso. O que devemos questionar é como motivamos as pessoas para que se tornem pequenos empreendedores para gerar mais valor para nós como empresa, e também para os clientes”.
No que concerne à medição da inovação, o especialista da MAPFRE explicou à plateia que na MAPFRE já contamos com mais de 4,4 milhões de clientes beneficiados, o principal KPI do Grupo para medir os esforços realizados durante os últimos sete anos. Com a estratégia e o novo modelo de inovação vigentes, “nossos KPIs são definidos em função do horizonte de inovação que trabalhamos. Para os mais ligados ao nosso negócio core, temos indicadores de ROI que estipulamos de acordo com a natureza do projeto e seu tipo. Nos casos em que falamos de implementações ou de escalabilidade, os KPIs são compartilhados com a equipe de negócio ou operações com a qual trabalhamos”, afirmou.
Anurag Bairathi, Chief Claims Officer da MAPFRE USA, participou de uma mesa redonda onde discutiu sobre automação e digitalização com o propósito de tomar melhores decisões e oferecer uma experiência ao cliente mais enriquecida. Nesse contexto, ele se concentrou na área de sinistros, sobre a qual analisou como tomar melhores decisões, realizar pagamentos muito mais imediatos e como aplicar a tecnologia para tudo isso.

“Os peritos reguladores passam dois terços do seu tempo coletando e organizando as informações, e apenas um terço tomando decisões que ajudem e apoiem os clientes, o que realmente é o ponto crucial em todo sinistro. Ao utilizar a tecnologia podemos mudar isto, diminuindo o trabalho administrativo e empregando o tempo para proporcionar um melhor serviço e atendimento, enquanto melhoramos a experiência dos próprios funcionários ao desempenhar seus trabalhos”, afirmou.
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