SUSTENTABILIDADE | 25.11.2025
Educação financeira: propulsora de emprego, inclusão e redução de desigualdades financeiras
Um sistema financeiro inclusivo garante que mais pessoas consigam ter acesso a produtos e serviços financeiros de maneira segura, acessível e adaptada às suas necessidades. Isto demonstrou sua eficácia na diminuição das desigualdades, na geração de postos de trabalho, no apoio a comunidades mais sustentáveis e no estímulo ao crescimento econômico, enquanto simultaneamente fortalece a estabilidade do sistema financeiro.
Esta é a principal conclusão do relatório Saúde financeira: uma abordagem de valor compartilhado para o setor financeiro, produzido pela Cátedra de Impacto Social da Universidade Pontifícia de Comillas.
A educação se consolida como um alicerce essencial para melhorar a inclusão financeira: possibilita que pessoas e lares tomem decisões mais informadas, evitando situações de endividamento excessivo e planejando seu futuro financeiro com maior segurança.
Por meio da educação financeira, os consumidores ficam “mais bem informados” e “são capazes de selecionar os produtos ou serviços que melhor se adaptam ao seu perfil de risco e necessidades”, promovendo uma maior inclusão e estabilidade do sistema financeiro
A saúde financeira não é apenas um resultado desejável, mas um objetivo em si mesmo dentro das estratégias de inclusão financeira. O seu fortalecimento contribui tanto para o bem-estar individual quanto para a estabilidade do sistema financeiro em sua totalidade.
Nos últimos anos, o acesso ao setor financeiro progrediu significativamente. Contudo, ainda existam barreiras que impedem a população de alcançar uma melhor saúde financeira: habitantes de regiões isoladas, pessoas migrantes ou sem lar, idosos sem familiaridade com o ambiente digital…
Os especialistas sugerem focar em segmentos que, apesar de vulneráveis, apresentam uma fonte de renda que pode ser direcionada através do sistema financeiro formal, analisando as necessidades específicas do grupo e a forma mais eficaz de responder, construindo modelos ágeis e de baixo custo e, por fim, estabelecendo parcerias estratégicas para abrir novos canais de acesso.
O design de novos produtos adaptados a esses grupos é essencial. Mas, afinal, o que são os produtos inclusivos? Especificamente, são os produtos que precisam atender a estas cinco características:
- Alcance: a inclusão financeira deve garantir que todas as pessoas, independentemente de sua localização geográfica, nível de renda ou condição social, tenham acesso a serviços financeiros seguros e apropriados.
- Acessibilidade: os custos associados aos produtos e serviços financeiros devem ser razoáveis e transparentes, permitindo que grupos de baixa renda possam utilizá-los sem que isso represente um peso financeiro desproporcional.
- Flexibilidade: os produtos financeiros devem se adequar às necessidades e circunstâncias dos usuários, oferecendo alternativas customizadas que respondam às diferentes realidades financeiras e sociais.
- Segurança: devem assegurar a proteção de seus usuários, oferecendo soluções confiáveis para proteger o dinheiro ou diminuir riscos de perda ou roubo. Especialmente, os produtos ou serviços financeiros digitais devem contar com medidas de cibersegurança para resguardar as transações e informações pessoais dos consumidores.
- Simplicidade: as soluções financeiras devem ser fáceis de entender e utilizar, com procedimentos claros e sem entraves complexos ou burocracia que dificultem sua adoção.
O acompanhamento e monitoramento posterior são essenciais para identificar qualquer obstáculo na utilização do produto, oferecer o suporte necessário e adaptar soluções às necessidades dinâmicas dos usuários. E, para isso, contar com todas as informações de forma acessível se torna fundamental. As empresas financeiras perceberam a importância e, nos últimos anos, surgiram inúmeras iniciativas focadas em melhorar a educação financeira de clientes, funcionários e da sociedade em geral, com informações disponibilizadas em diferentes formatos. Por exemplo, a MAPFRE conta com uma seção de educação financeira e cultura seguradora em seu site, com artigos, vídeos e podcasts sobre produtos financeiros, investimento, seguros e economia.
Os microsseguros, a aposta da MAPFRE para a inclusão na América Latina
Um dos produtos destacados pela Cátedra de Impacto Social no relatório são os microsseguros. Mas em que eles consistem exatamente? Os microsseguros são produtos de seguros projetados especificamente para atender às necessidades das populações de baixa renda ou pessoas com acesso limitado a determinados serviços financeiros, sendo muito populares na América Latina.
De fato, a MAPFRE tem projetos em todo o continente, e MAPFRE Na Favela é o exemplo perfeito: a seguradora se associa a microfinanceiras e varejistas locais, com assessores que, em geral, são membros da comunidade. Eles conhecem as pessoas e podem reforçar seus microcréditos com microsseguros associados ou independentes, por exemplo ao comprar uma máquina.
“A grande diferença da MAPFRE na Favela foi entrar em contato com o ecossistema da favela para compreender as necessidades locais, e assim aprender e integrar essas demandas específicas em seu modelo de negócio. Ouvir o cliente é um dos passos principais no processo de desenvolvimento de um produto e é isso que fizemos”, assinala Fátima Lima, diretora de Sustentabilidade da MAPFRE Brasil.
Atualmente, essas linhas de microsseguros ou seguros acessíveis também estão se expandindo para o México, Colômbia, Peru e América Central, com a ambição de alcançar todos os países da região. A cobertura abrange qualquer um desses imprevistos que sempre representa um custo para economias que, frequentemente, dependem do sustento diário, como um roubo, uma doença, um acidente de trabalho, um evento climático ou o falecimento de um familiar.
“Uma das características mais inovadoras do projeto é uma ferramenta educacional pioneira desenvolvida juntamente com seu parceiro tecnológico, a Empatia. Ela consiste em um assistente de inteligência artificial via WhatsApp, que permite aos assessores esclarecer qualquer dúvida, deles ou do cliente, inclusive em tempo real, e como resultado agilizar a comercialização desses produtos”, relata Gregorio Rodríguez, diretor corporativo de Projetos Especiais da MAPFRE.
Essas iniciativas demonstram como a colaboração com as comunidades locais, a adaptação às necessidades específicas e o uso de tecnologia inovadora podem transformar o acesso ao sistema financeiro, reduzindo desigualdades e estimulando a sustentabilidade. À medida que essas estratégias ganham força, o impacto positivo não só se reflete na vida dos indivíduos, mas também na estabilidade e no crescimento do sistema financeiro em sua totalidade.
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